segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Pela janela vejo um lindo céu.
Realmente azul da cor do mar. Vivo.
Completamente vivo.
Aqui dentro tudo tão cinza.
Os prismas se invertem o tempo todo.
A vida tão mágica e tão assustadora.
Como pode os seus opostos serem tão fortes?
É tão passageira a nossa existência.
Tão imprevisível o nosso momento.
Como pode?
Nesse universo tão grande, somos tão pequenos.
Seres de natureza frágil.
Tenho medo da vida.
Tenho medo da morte.
Ambas me assustam com tamanha intensidade.
Quando penso nas pessoas que tenho, ainda vivas - penso no amor que não as dou, também por medo - penso que amanhã posso não mais tê-las. Penso que amanhã, elas podem não mais me ter.
A cabeça dói.
A garganta aperta.
As lágrimas querem descer.
Mas não, estão carregadas de medo. Por isso, se recusam a rolarem.
Coisa estranha essa tal de vida.

A.K.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Recorro as palavras.
Recorro na tentativa de dar vasão às minhas faltas.
Faltas tão arraigadas em meu ser.
Brinco com o jogo de palavras.
Brinco porque é no meio de seu emaranhado que busco reorientação.
Reoriento minhas confusões.
Alinho meus sentimentos.
Acalento minhas lágrimas.
As palavras não me obrigam coerência.
Coerência que me falta na mesma proporção que tanto me cobro.
Encontro expressão máxima de liberdade ao manuseá-las.
Liberdade essa que não se sujeita a regra gramatical.
Assim como também recusam a se sujeitarem aos filtros que a vida impõe.
Aqui há a expressão máxima da essência mascarada lá fora.
Não há nexo.
Não há coerência.
O sentido se perde.
Se se formulam dessa maneira, é justamente por conseguir expressar de modo tão fiel aquilo que me é mais íntimo.
As palavras dão expressão máxima aos anseios de minha alma.
Quando no jogo de palavras me perco, não me preocupo.
Não penso para lhe dar formas.
Sento,
sinto,
as palavras transbordam, naturalmente.
De repente,
Exprimem,
Expressam,
Falam.

A.K.