terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Alice era escritora (?)
Perguntava-se repetidas vezes se era ou se ainda continua sendo.
Definitivamente não sabe qual verbo conjugar para si.
Desde criança tinha especial interesse pelas palavras e fizera com elas um casamento quase perfeito, no entanto parece que a instituição está em declínio.
As palavras simplesmente resolveram se divorciar de Alice.
Que ousadia, pensava Alice. Como ousam?!
Em um ímpeto, protestaram: agora é cada um por si.
Finalmente mostraram autonomia nessa relação de subordinação e insuborsinou-se contra aquela que resolveu usa-las com tamanha precaução, calculando-as friamente cada espaço que deveriam ocupar.
Visto dessa maneira faz todo sentido, minha cara Alice.
Quem gostaria de perder sua liberdade, presa em uma relação de dominação?, ainda que de modo velado?
As palavras bem que tentaram dialogar, mas em relações assim, esse verbo não conjuga.
Portanto, não as culpe.
Foi necessário muito tempo para que finalmente afrontasse seu agressor.
Sentença: autodefesa.

A.K.

sábado, 27 de junho de 2015

Não foi necessário muitos acasos:
Um bar cheio
E uma balada vazia,
para que seus destinos se cruzassem.
Ambos, pessoas comuns à primeira vista.
Entretanto, para quem observa com calma percebe a grandeza das almas e dos medos.
Apesar do medo: um insiste em querer avançar só que encontra forte resistência do outro lado.
Involuntária.
Os traumas são grandes, afinal.
Ainda assim persiste: mais barreiras.
Uma ligação e um distanciamento tão grande.
Paulo insistiu tanto. Do seu jeito, timidamente. Mas sua parte ele fez.
Marcos, até queria...
Tão diferentes.
Tão iguais em medos.
Paulo foi vencido, não pelo cansaço. E sim, pelos medos de Marcos.
Essa história poderia ser protagonizada por Camila's e Maria's. Amanda's e Rodolfo's. Tanto faz... a moral é a mesma.
A.K.