Torna-me praticamente impossível recobrar-me exatamente quando foi que me perdi. Sim, quando foi que me perdi? Se naquela conversa com José; se sentada no bar com a Maria ou se até mesmo nunca me pertenci e as escuras imaginava que detinha o controle da situação. A luz acendeu e as claras o espelho não refletia minha imagem. Eu que antes gostava de preto, descubro no cinza - aquela cor sem brilho, sem tom, sem vivacidade - tanta riqueza. Ninguém vai provar sua dor, sentir sua felicidade. Somos bravos viajantes solitários com a terrível missão de aventurar em nossos labirintos. Lá fora está um lindo dia; dentro da minha casa uma completa desordem. A janela permace fechada. Mantenho minha aparente segurança.
A.K.
segunda-feira, 9 de julho de 2012
Mais do que o peso da idade, o que realmente nos pesa é uma vida mal vivida. Ao acordar e olhar no espelho não me reconheci. Os anos se passaram e com eles os sonhos de criança. Onde estão os sonhos que a gente sonhava? Estão sufocados e esquecidos na memória do se tornar adulto. Quando a gente é criança não temos medo de nos mostrar; acreditamos em sonhos e em fantasias; acreditamos em bicho papão. Se a gente tá triste a gente demosntra; se tá feliz também demonstramos. Felizes são as crianças que são puras em seus sentimentos. Parece irracional essa manhia que o adulto tem de sufocar tudo quando cresce. Ah é verdade, me esqueci que o adulto tem de ser racional demais, exato demais e não saber viver. Quando a gente cresce nós nos escondemos dos outros e de nós mesmos. Deixamos de sonhar pois "a vida passa num instante e um instante é muito pouco pra sonhar"; somos práticos demais. Bicho papão deixa de existir; mas esquecemos que o maior bicho papão existente é o medo que habita em nosso interior. Tristezas não nos abalam, afinal, somos super-heróis invensíveis. Hoje ao acordar olhei no espelho e não me vi. Logo perguntei: quem sou eu?
A.K.
A.K.
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